A volta de Denílson McLovin
Olá amigos leitores do “se ferrando na balada”! Depois de muito tempo ausente e, como não pude deixar de perceber, excluído (não sem razão, é verdade) da seção “quem somos” de nosso tão estimado blog, me arrisco a escrever sobre uma de nossas aventuras na bela cidade holandesa de Amsterdam. Consciente de que não o farei com a mesma maestria que meus colegas Zelig e Malaquias, recorro, para pelo menos igualá-los em certa medida, à analogia com o mundo dos filmes. Como vocês descobrirão mais adiante, essa história se parece com a película de Woody Allen somente pelo título e pelo fato de a história ter se passado na Europa. Porém, como bem sabem meus caros amigos e os leitores que se lembram de meus famigerados posts, não perco uma oportunidade de trocadilho.
Como já exposto anteriormente neste blog, fizemos (eu, Conrado Malaquias, Leonardo Zelig e Stanislaw Juvêncio) uma Eurotrip no começo desse ano. Como também já falado em outra história, nosso destino final, por questões logístico-físico-financeiro-biológicas, foi Amsterdam, a Disney dos maduros demais para se encantar com Mickey e sua turma e aburridos de menos para engatar um relacionamento sério e monótono que caia na rotina e tenha o sol da Toscana como destino provável de lua de mel. Vamos aos fatos...
Já na chegada à terra dos vascaínos da Europa (tri-vice campeões mundiais, ho ho ho ponto para os trocadilhos) a curiosidade tomava conta de nosso grupo. Conrado Malaquias e Leonardo Zelig se esqueceram do medo de avião que possuem e trocaram o aperto mútuo de mãos (praxe nos pousos das aeronaves) na chegada à capital holandesa por gritos histéricos que revelavam a apreensão de conhecer essa bela cidade e seus encantos que, até então, não conhecíamos pessoalmente. Depois de nos instalarmos no albergue e desviarmos das inúmeras bicicletas (lá, existem em número equivalente ao de besouros na capital federal neste momento), chegamos finalmente à famosa Red Light District. Logo de cara, constatamos que tal local é vítima de tantas calúnias e difamações como Dilma Ducheff e o seu mentor, o herói nacional Luís Inácio (pobrezinhos). Não tem nada de violento, nada de tráfico de drogas ilícitas na rua e, muito menos, só barangas nas vitrines. Muito pelo contrário, muuuuuiiiito pelo contrário. Modelos internacionais é o mínimo que posso dizer das moças.
Depois de aproximadamente 15 voltas no “circuito XXX”, o proibidão, de Amsterdam, cada uma delas justificada por 3 semanas de igrejas, museus e pontes nas demais cidades que visitamos, resolvemos assistir a um show de sexo ao vivo (sim, isso existe!!!) atendendo recomendação do primo de Zelig. Muito bem, mais 4 voltinhas para decidir em qual casa iríamos adentrar e, finalmente, escolhemos: Entramos no Casa Rosso.
A aparência era a de um teatro normal, capacidade para umas 100 pessoas, com alguns lugares no nível do palco e outros poucos numa espécie de mezanino. Como não sabíamos o que nos esperava, resolvemos começar assistindo ao show do andar de cima do teatro, mais longe do palco (“vai que voa alguma coisa em cima da gente!”, bradou sabiamente um de nossos amigos). O “show” era composto por cinco ou seis esquetes que se repetiam ininterruptamente, literalmente, nas palavras do proprietário do local quando por nós indagado sobre até quando duraria o show.
A impressão do show é que era algo muito coreografado e robotizado, o que parecia decepcionar a nós e ao público em geral. O único dos esquetes digno de nota (e que motivou esse post e serviu de pano de fundo para todo esse blá blá blá até agora) era de Vicky, a dançarina da Banana. Não exatamente pela sensualidade (Vicky perdia de dez a zero para as belas holandesas que se exibiam nas vitrines vizinhas), mas por sua dose de humor. Era basicamente assim, Vicky dançava, de biquíni e rebolando, com um chocalho em cada mão ao som de uma música que só tinha uma palavra: Banana ("Banana, paranpamparan, Banana, paranpamparan"). Depois, 3 voluntários eram chamados ao palco para comer (cada um dava uma mordida por vez) a banana que era colocada na parte mais íntima de Vicky. Lá pelo último pedaço da banana, um gorila entrava sorrateiramente no palco e enrabava, com uma banana acoplada à sua região mais íntima os voluntários, que a essa altura estavam de quatro, mordendo a banana na xoxota de Vicky. Gargalhadas, cortinas se fecham, ponto final.
Já havíamos visto duas vezes cada cena e Stanislaw Juvêncio, como de costume, estava irrequieto. Queria de qualquer forma que descêssemos para o andar de baixo do teatro ou então deveríamos ir embora. Tudo isso com a discrição de costume (em alto e bom som e, claro, em bom português). Pra quê? (lembrança do meu último post). Ao final do showzinho de nosso amigo, surge uma voz máscula como a de Ricky (não o Martin, sim o maior ídolo da história da equipe do Morumbi) na fileira atrás da nossa com a fatídica pergunta:
- Vocês são brasileiros? (Não burro! Somos croatas, mas falamos português fluentemente).
- Somos sim – respondemos, com medo de praticar a ironia acima e do que poderia nos acontecer naquela ocasião por termos nascido no país tropical.
- Ai... então (diz o senhor mexendo efusivamente as mãos) eu que fiz as coreografias do show. Vocês estão gostando?
- Claro – nos apressamos em dizer para acabar de uma vez com o diálogo constrangedor.
E assim foi. Qualquer papo que nosso amigo brasileiro quisesse puxar conosco era prontamente abafado, com receio de onde isso poderia chegar. Chegava a hora da cena de Vicky. O público já era pouco e além de um gordinho inglês (bêbado, com o perdão da redundância) ninguém mais aceitava ser um dos voluntários de Vicky. Eis que a estrela desceu do palco para ir atrás de vítimas. Nada. Nisso, o migucho brasileiro começa a gritar desesperadamente:
- Vickyyyyyy!!!!!!!!! Vickyyyyyy!!!!!!!!! Eles são brasileiros. Chama eles.
- Vai lá gente!! Vocês são muito frouxos. – Disse o coreógrafo para nós.
Era hora de ir embora...
Mais uma vez: Valeu Stanislaw!!