quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um cargo público para chamar de seu...

By Leonardo Zelig

Nos últimos tempos, tenho me deparado com uma espécie curiosa de mulheres brasilienses: as concurseiras. Ocupantes de cerca de 70% a 80% das cadeiras dos cursinhos de Brasília, lá estão elas, faça sol ou faça chuva, prestando atenção nas aulas de Regimento Interno e afins! Geralmente vivem integralmente pra estudar, andam pra lá e pra cá com Vade mecum debaixo do braço, possuem pavio curto e diante de qualquer barulho dentro da sala de aula, que não seja as competências do STF, proferem o infame shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

Interessante notar, que num ambiente tão diversificado de cursinho (evangélicas, patricinhas, alternativas, aposentadas e MILFS), todas parecem se uniformizar nos temas de conversa, pelo menos durantes os dois meses que antecedem a prova do concurso. Então, é muito comum captar conversas desanimadoras dessas mulheres do tipo:

- Gente, vocês viram que a prova corre o risco de ser adiada? - Assustada
-Sério?? - Espantados
-Seríssimo! - Veementemente

Ou

-Ontem resolvi 1500 exercícios de constitucional! – Gaba-se a patricinha orgulhosa.
-Parabéns!!!! – Anima-se a concorrente que gostaria de vê-la enforcada.

Durante algumas aulas, pude ter a oportunidade de me aproximar dessas concurseiras xiitas para avaliar e entender o que as move. Muito sérias, parecem estar constantemente sob efeito letárgico, quase nunca brincam e a única ação/emoção que as interessa é ir na coordenação queixar-se de algum professor mequetrefe. Pergunto-me: Como essas mulheres tem prazer?

Súmulas do STJ não podem funcionar como afrodisíaco, certo? Tampouco, assistir aos programas da TV JUSTIÇA aos sábados não deveria causar orgasmos múltiplos no sexo feminino, correto?...Não deveria, mas começo a achar que há grandes chances de causar.

Certo dia presenciei uma garota queixando-se da quantidade de gente acomodada que havia no serviço público. Ela, toda animada, dizia ter interesse em desenvolver o chamado CONCURSOTERRORISMO, que consistia em explodir repartições públicas espalhadas pelo Distrito Federal para matar os servidores públicos e consequentemente abrir mais e mais vagas em concursos públicos ao longo do ano. A galera chorou de rir...Com este tipo de humor fino e catastrófico, compreendi os anseios dessas mulheres: não é um pinto ou uma bolsa Vitor Hugo que elas querem, mas sim um cargo público ( não importa a remuneração!Elas querem um cargo para chamar de seu...).

Quanto a vida social ou sexual dessas mulheres obcursianas ou vestconcursianas, notei que é nula. Já pesquei inúmeros relatos delas contando como foi abrir mão do namoro de 5 anos para fazer sexo com a apostila de 500 páginas com mais de 2500 exercícios de direito administrativo. Ou uma outra senhora que não transava há 6 meses com o marido, porque alegava que qualquer horinha de prazer perdida com seu cônjuge, podia representar um ponto a menos na prova. SCORE!!!

Que Marcão, Ricardão ou Carlão que nada! As concurseiras estão interessadas nos atributos do CESPE, no dinheiro que a Fundação Carlos Chagas vai dar pra elas fazerem compras, nas viagens para Paris que a ESAF lhes garantirá e nos orgasmos que só uma boa FUDIVERSA pode dar. Estou CERTO ou ERRADO??