quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Getting Started...

by Leonardo Zelig

O toco faz parte da vida de qualquer homem, como se fosse uma provação constante que as mulheres nos fizessem passar para testar se aquele seria um genuíno macho alfa ou apenas um vira-lata. Dessas provações, situações tanto hilárias quanto vergonhosas podem ser produzidas: desde um “não” estrondoso até um beijo caliente em público. A verdade é que o toco acaba nos fortalecendo e nos tornando um pouco mais hábeis, ou não, na arte da sedução. Com cantadas e flertes ora eficientes e ora desastrosos, esse membro do grupo que vos fala já passou por bons e maus bocados.
Confesso que os três últimos anos de universitário foram, para o bem E para o mal, deveras produtivos. Eis alguns exemplos:


O Último Beijo da Noite

Certo dia estava porteando um evento de rock, era quase o fim da atração, e as pessoas já se dirigiam para fora do estabelecimento. Confesso que após uma boa rodada de vodka misturada com alguns sucos naturais, estava oscilando entre a cafagestagem de um latin lover barato e a classe de um James Bond paraguaio. Nesse estado peculiar, avisto uma dama de seus 20 anos, esguia, meio hippie,sozinha, fumando de forma casual seu cigarro:
-Olá...
-Olá... – vira-se a mulher olhando com desdém.
-Você por acaso tem fogo?
Ela arqueia a sombrancelha direita (ainda com desdém) e ergue um pequeno isqueiro em minha direção. Então digo:
-Não é esse tipo de fogo que eu estou procurando...
Claramente consternada a figura regurgita com ares de “vê se te enxerga”:
-Não tenho nenhum OUTRO fogo pra te dar, meu filho! – e sai indignada.

Analisando esta situação, logo se pode perceber a falta de tato da hippie no trato dirigido a um galanteador barato como eu. Ela poderia ter diversas reações, desde dar uma agradável risada ou sorriso ou até mesmo entrar na brincadeira. Mas por quê?Por que escolher a opção hostil? Teria sido justificada sua indignação? Onde está o senso de humor feminino desta cidade?

Fast Switch
Sabbatash, madrugada adentro, muitas mulheres ensandecidas pelo FUNK, pessoas aparentemente felizes. Mais uma vez eu entro em cena com um leve torpor causado por pequenas doses da vodka EXCESS (que pode ser encontrada em qualquer supermercado em um sábado a noite pelo formidável valor de R$15,90) pura...

Dizem que cheguei três vezes na mesma garota, mas lá pela terceira dose tudo zerava para mim. A noite estava apenas começando... Aproximei-me da roda da tal garota, belíssima por sinal, que sorria quase que de forma mecânica, porém cortês para receber pela 4ª vez aquele pretendente insistente que a cada abordagem se apresentava novamente e novamente e novamente...

-Olá!Tudo bem?
-Oiiiii!Hheheh
-Eu me lembro de você!
-Eu também!Heheh
-Qual seu nome mesmo?
-Pantene*!E o seu?
-Pantene*?Como a marca de shampoo?
- Hauhauhuahua
-Meu nome é Leonardo!
-Prazer Leonardo!
-Nossa você é uma simpatia! Brasília tá precisando de mulheres como você!
-Sério!As mulheres estão tão grossas assim?
-Nem me fale!Muito hostis... E você o que faz da vida, Pantene*?
-Eu faço arquitetura! E você?
-Direito... Mas me conte da arquitetura! Gosta do curso?
-Amo!Sou apaixonada!
...
Passou uma hora com um papo até bem cabeça para uma noite de funk, com direito a Anish Kapoor, intercâmbio no exterior e Paris Hilton (isso foi uma piadinha). Até que entra em cena a amiga troglodita e mal amada de Pantene*, que atendia pela alcunha de MEL* (Bitter as hell!!) e acaba com tudo:
-Pantene*!O SAULO* está aqui (Saulo era possivelmente o dono, ou filho do dono, de uma famosa loja de roupas da cidade) – Anunciou a fofa amiga de Pantene trazendo SAULO* pela mão como se fosse entregar o pretendente de um milhão de dólares, um daqueles bachelors de reality show.

Pantene* faz “a virada” e se dirige a Saulo*, que após apenas 10 minutos de tolices consegue fazer respiração boca a boca na garota. Eu claramente rodei e a amiga troglodita urrava de satisfação ao ver sua querida amiga “shampoo” se atracar com SAULO*, o cara da loja.

Que conclusões tiro desse evento? Uma conversa alto nível em meio ao som de MC CATRA, numa boate subterrânea, pode não ser uma boa pedida. Afinal, ali a arquitetura de Niemeyer ou as obras de Anish Kapoor não estão em jogo, mas sim sair do zero a zero em grande estilo com endinheirados de preferência. Será que devo abrir uma loja de roupas?

*Nomes fictícios usados para proteger a identidade dos personagens

5 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Adorei!!!!!!
    Vou começar a ler os depoimentos das baladas de vcs....
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Ah vai tomo nu *** , Anish Kspoor, vai c pseudo cult la no quinto dos infernos!!

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  3. Tem jeito de "tentar" ser pseudo culto?kkkkkkk

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  4. Como assim bsb tá precisando de mais mulheres simpáticas? Pedindo fogo vc não vai conseguir nada melhor não, meu filho.
    Mas tá engraçado o blog... hihihihi
    bjinhos a todos

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