quarta-feira, 21 de abril de 2010

Os 8 Níveis de um Mancebo Atuante - Qual é o seu?

Por Conrado Malaquias

Junto ao teor humorístico de nossos posts, procuramos, às vezes, adicionar um pouquinho de antropologia, traçando um perfil meio torto é verdade, do comportamento dos jovens em baladas e em outras situações, digamos mais íntimas. E a inspiração para esse post surgiu observando, primeiro, os diferentes comportamentos dos mancebos nas baladas de hoje em dia e, segundo, refletindo sobre como agíamos nas mesmas situações no passado.

Confira agora a conclusão de como um mancebo evolui, ou não, na vida.

Nível 0 – Você mancebo, começa a ter vontade de beijar e comer as menininhas, mas és tão bostinha e inapto, que tens medo de falar com mulher e quando o faz, fala sobre bandas e programas que só você escuta e assiste, dá risadinhas nervosas e envergonhadas e faz perguntas fora de hora. Em outras palavras, você é um desastre e um esquisito. Na minha geração (porque hoje essa porra ta toda bagunçada) essa fase começava lá pra 6ª, 7ª série e terminava no comecinho do ensino médio. Para alguns, é claro, essa fase só termina na faculdade e para outros nunca termina...

Nível 1 – Se você não for um completo doente, já perde aquele medinho besta de falar com mulher e até já arrisca uns approaches na baladinha sub-17. Mas porque a qualidade do seu papo ainda é ridícula e medonha, tu ainda és um bostinha e um pega ninguém que volta da balada ainda em tempo de bater aquelazinha para ‘O Perfume de Emanuelle’. Porém, dias (não muito) melhores virão...

Nível 2 – Parabéns, mancebo! Essa é a fase das suas primeiras conquistas. Sabe aquela gostosona da escola que até os professores querem comer? Pois então...esqueça! Com a sua mínima experiência atual e falta de malemolência, comece a dar atenção para as gordinhas, magricelas e esquisitinhas, pois elas serão as únicas a te dar papo. E lembre-se: elas podem não ter sido seu primeiro amor, mas podem muito bem serem responsáveis pelo seu primeiro hand job!

Nível 3 – Você já freqüenta as baladinhas e churrascos promíscuos da faculdade há algum tempo, o álcool, que já é parte integral da sua vida nessas ocasiões, fez maravilhas pelo seu desempenho. Não há sinais de timidez, você é animado e carismático e de vez em quando até rola uma gatinha...E é nessa hora que você vomita e tem de deixar a balada mais cedo e carregado, pois ainda és um juvenil que se envergonha por desconhecer limites.

Nível 4 – Estamos virando gente, mancebo! Após muito quebrar a cara e se humilhar publicamente, você adquire sofisticação! Na balada, você não mais age como o palhaço da festa, bebe só o necessário para quebrar o gelo, é mais observador, estuda os alvos antes de agir e traça estratégias junto aos mancebos amigos (wingmen) para aumentar as chances de conquista. Características de um autêntico predador...

Nível 5 – Devido a sua recém-adquirida finesse, o mundo de baladinhas pra frentex e churrascos, com todas as suas superficialidades e menininhas enjoadas, não mais te atrai como há pouco tempo atraia. Gastar dinheiro em ingressos para conhecer e interagir com mulheres não faz mais sentido por que agora o dia-a-dia virou a sua balada. Você adquiriu as ferramentas para abordar colegas no trabalho e na faculdade, mulheres em lanchonetes, shoppings, livrarias e até na sala de espera do dentista. O local é apenas um detalhe, pois agora você é quem cria a ocasião.

Uau, mancebo! Quem diria que chegaríamos tão longe! De um bostinha punheteiro a um predador de consultórios...meus parabéns! Lamento lhe informar, porém, que este é provavelmente o fim da linha para a maioria de nós, pois os últimos três níveis são alcançados apenas por homens de grandes talentos e habilidades especiais. Confira:

Nível 6 (também conhecido como nível Brasília) – Esse é o nível daqueles bravos guerreiros que conseguem ter sucesso, ou no mínimo paciência em terras de mulheres intragáveis, irritantes e enjoadas que, não são nem tão bonitas e gostosas, mas que por algum motivo se auto-intitulam DIVAS. Quando uma relação é estabelecida, cuidado: elas não querem apenas seu dinheiro e que você abandone seus amigos e família. Elas querem tudo isso e a SUA ALMA. Muitos homens bons são derrotados neste ponto do caminho...

Nível 7 (também conhecido como nível Roberto Justus) – E daí que você é um cara grosso, bobão e cheio de manias irritantes? Você é podre de rico e isso é o que importa! Não existe maior afrodisíaco para uma mulher do que chegar de carrão, causando na balada logo depois daquele jantarzinho humilde de R$ 200,00, mesmo que o provedor seja um tremendo babão com dificuldades de montar frases completas.

Nível 8 (também conhecido como nível Johnny Depp ou nível Mick Jagger) – Para chegar a este nível 99% de nós teríamos de nascer de novo...e de novo...e de novo. É mais do que bom papo, dinheiro e carrões (embora seus participantes também tenham tudo isso!). É presença, é status. Mais o mais interessante aqui é que os homens deste grupo abdicaram de suas aparências – usam roupas esquisitas, chapéus e óculos estranhos, fazem caminho de rato no cabelo, interpretam piratas fedorentos – e mesmo assim permanecem como os homens mais desejados do planeta, enquanto o mancebo do dia-a-dia, se aparecer com uma pancinha mais saliente, passa a ser imediatamente tratado como o Homem Elefante. C’est la vie...

E você leitor? Em qual nível acredita estar? Leitoras, existe algum ranking parecido para as mulheres?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"The tap"

By Leonardo Zelig


Certa vez decidi convidar uma garota que havia conhecido na balada para um cineminha. Não costumo sair com garotas provenientes de ficadas em baladas, elas nunca respondem minhas mensagens ou sempre dão o telefone errado...Paciência!

Como essa garota parecia estar bem interessada em minha pessoa, resolvi arriscar uma típica comédia romântica com ela. Dizem que assistir comédia romântica da Julia Roberts no primeiro encontro é receita certeira para uma noite cheia de surpresas...Oscar pra ela!

Sem ainda beijá-la e ja dentro do cinema estrategicamente acomodado numa posição que permitisse que um de nós tomasse a coragem para break the ice, fui cada vez mais me aproximando...Tenho essa mania meio juvenil de fazer as coisas no cinema gradativamente: coloco meu braço perto do dela, vou tateando a mão dela com meus dedos, me aproximo e voilá!Um beijo! Obviamente só beijo se o feedback corporal dela for positivo, caso contrário continuo entretido no filme da Roberts.

Então, estava dando “aquele” beijo cinematográfico na garota, só que algo estava errado. Ela não abria a boca!Parecia haver uma rejeição por parte dela, como se minha língua impusesse algo e fosse barrada por um muro impenetrável, seus dentes!Nao!Como pode ser!?Me lembro que o beijo na balada era bom...Ninguém pode beijar dessa forma!
Quando tudo já parecia ruim, sinto "THE TAP"!

ATENÇÃO: É recorrente fatos abordados nos episódios do seriado "seinfeld" ocorrerem em minha vida, verdadeiras cenas tiradas da sitcom se reproduzindo ao vivo em minha vida real. Pois então, existe esse episódio no qual o personagem George Constanza está “satisfazendo”com sua língua uma mulher durante o sexo oral e de forma inusitada ela dá um tapinha no ombro dele, como se indicasse para ele interromper o que estava fazendo.Enough...

O "TAP" deve ser temido por qualquer homem!Seja no beijo, no sexo, no papo...Ele representa o que há de mais sutil (ou não) na linguagem feminina para que você pare imediatamente o que estiver fazendo because it’s not good!You suck!

Nunca havia recebido esse tipo de comando de uma mulher. Ao pereceber o tap, abortei imediatamente o beijo e voltei a posição “filme/Julia Roberts”. Fiquei imaginando o que seria esse indicativo...Eu beijo mal?Mas, era ela quem não abria a boca...Cheio de dúvidas terminei o encontro com a pulga atrás da orelha!Será que para algumas meu beijo é bom e para outras meu beijo é ruim? Acredito que isso deve se repetir em outros campos da relação (sexo, sexo oral ou belly punching). Não da pra satisfazer todas as garotas,ne?

Seja o que for, as sábias palavras de Jerry Seinfeld ecoam na minha moral masculina:

THE TAP IS TOUGH



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Se Ferrando no Baile

Por Conrado Malaquias


Bailes de formatura são festas certamente curiosas. Gente que não vale nada se escondendo atrás de ternos, vestidos, maquiagem e chapinha, pais com sorrisos amarelos que não vêem a hora de voltar pra casa e pegar o finalzinho do Serginho Groisman (ou de Emanuelle no Espaço), bandas de qualidade questionável e a valsa, a infame valsa...hora que inevitavelmente algum convidado engraçadinho irá gritar para o amigo formando: “GOSTOSO!” , enquanto este e sua mãe caminham e sorriem de maneira envergonhada.



Nos 2 últimos bailes nos quais estive presente, pude observar todas essas características: as roupas, as sessões de fotos intermináveis, e por algum motivo desconhecido por mim, o eterno Kenny G(!!!) embalando a eterna valsa. É um ritual de passagem, e como em todo ritual, certas práticas não mudam, por mais chatas e imbecis que sejam. O que vale mesmo é encher a cara e dançar e se divertir com os amigos, como se você fosse a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que só por uma noite.


Em Brasília, terra dos wannabe-descolados, ficam ainda mais gritantes o quão efêmeras e artificiais são toda essa alegria e estado-de-espírito-denoite-de-formatura. As meninas põem seus vestidinhos bonitos e vão requebrar seus corpinhos na pixxta - com aqueles óculos bregas e plumas coloridas - para indicar que estão se divertindo pra valer. “A NOITE É NOSSA MEEEEEGA!!!!” Porém, quando o mancebo, de terninho achando que é alguém na vida, se aproxima querendo compartilhar toda essa descontração...a agulha arranha o disco: BACK OFF! , e toda aquela desenvoltura, em uma noite que é para ser um extravasa de 4 anos de um curso que você nem queria fazer em primeiro lugar, é travada.


Oh, well...pelo menos é open bar.