quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Garotas Cariocas, suingue sangue bom!



By Leonardo Zelig


Numa sexta feira brasiliense, nada mais convidativo do que se embebedar no bar mais próximo. A escolha da noite foi uma choperia no centro da cidade: GAROTA CARIOCA. Frequentado pela classe média, este bar vivencia, atualmente, grande sucesso na vida noturna da capital federal, vide suas longas e intermináveis filas.

Com um repertório esdrúxulo de djs que tocam desde "Ana Júlia" do Los Hermanos até "Fama de putona" da Tati Quebra Barraco em questão de segundos, eu e Conrado Malaquias, devidamente calibrados com um barril de chopp, resolvemos explorar o bar e ver o que as interações com as gatinhas poderiam render. Not much...

Abordamos uma ou outra garota que dançava sozinha, mas éramos sempre recepcionados com grosserias, pontapés e artilharia pesada de “affs” e “ninguém merece”. Sempre muito cortês, eu as abordava com aquele papinho: “Po, vocês estão sozinhas aí!Eu to com meu amigo aqui, bora conversar...sei lá...”. E a resposta era algo assim: “Olha só, meu filho!Nós não queremos conversar com vocês não...Não estamos interessadas”.

Meio derrotados, resolvemos voltar para a mesa, no caminho, no entanto, avistamos duas garotas encostadas na bancada do bar e que traziam na cara algo até então não encontrado na balada: sorrisos. Resolvi arriscar:

-Tudo bem com vocês?Vocês estão sozinhas aí, querem bater um papo comigo e com meu amigo?
-Tudo bem... – (ALELUIA!)
-Vocês são daqui mesmo de Brasília?São tão simpáticas...
-Não...Somoshhh cariocashhh. Viemoshhh para um Congresso aqui em Brasília, porque trabalhamoshhhh na Fiocruz.

Conversamos cerca de 20 minutos com elas, e sempre muito sorridentes e simpáticas fizemos o diálogo render. Trocamos informações e impressões sobre as diferenças abissais entre a vida noturna brasiliense e uma vida noturna de verdade na LAPA da cidade maravilhosa. Eu e Conrado, trabalhando como Wingman um do outro, tentamos direcionar a conversa para ver se rolava uma ficada:

-Mas, vocês tem namorados lá no Rio?
-Temos...Eu namoro há 5 anos e a minha amiga namora há 6 meses.
- Mas, eles deixam vocês saírem de boa,ne?
-As vezes....Eles não sabem que a gente sai de vez em quando...hihihih...Mas, não vem com esse papo não de que “você acha que eles não estão ficando com outras garotas lá no Rio,enquanto vocês estão aqui?”. Nós somos fiéis, queridos!

Mesmo, com a negativa muito clara para nós de que não iria rolar nada além de um bom papo naquela interação, tudo aquilo serviu para nos mostrar como mulheres normais de outros estados encaram de forma descontraída e digna a abordagem de nobres cavalheiros querendo socializar. As cariocas são mulheres que batem papo numa boa, sorriem, dão risadas, chiam, seduzem e são um tanto quanto charmosas. Já as brasilienses... bem, são brasilienses, com suas caras amarradas, mal amadas e desinteressadas. Até aqui, o Rio de Janeiro continua lindo!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vicky, Cretino… AMSTERDAM!!


A volta de Denílson McLovin

Olá amigos leitores do “se ferrando na balada”! Depois de muito tempo ausente e, como não pude deixar de perceber, excluído (não sem razão, é verdade) da seção “quem somos” de nosso tão estimado blog, me arrisco a escrever sobre uma de nossas aventuras na bela cidade holandesa de Amsterdam. Consciente de que não o farei com a mesma maestria que meus colegas Zelig e Malaquias, recorro, para pelo menos igualá-los em certa medida, à analogia com o mundo dos filmes. Como vocês descobrirão mais adiante, essa história se parece com a película de Woody Allen somente pelo título e pelo fato de a história ter se passado na Europa. Porém, como bem sabem meus caros amigos e os leitores que se lembram de meus famigerados posts, não perco uma oportunidade de trocadilho.

Como já exposto anteriormente neste blog, fizemos (eu, Conrado Malaquias, Leonardo Zelig e Stanislaw Juvêncio) uma Eurotrip no começo desse ano. Como também já falado em outra história, nosso destino final, por questões logístico-físico-financeiro-biológicas, foi Amsterdam, a Disney dos maduros demais para se encantar com Mickey e sua turma e aburridos de menos para engatar um relacionamento sério e monótono que caia na rotina e tenha o sol da Toscana como destino provável de lua de mel. Vamos aos fatos...

Já na chegada à terra dos vascaínos da Europa (tri-vice campeões mundiais, ho ho ho ponto para os trocadilhos) a curiosidade tomava conta de nosso grupo. Conrado Malaquias e Leonardo Zelig se esqueceram do medo de avião que possuem e trocaram o aperto mútuo de mãos (praxe nos pousos das aeronaves) na chegada à capital holandesa por gritos histéricos que revelavam a apreensão de conhecer essa bela cidade e seus encantos que, até então, não conhecíamos pessoalmente. Depois de nos instalarmos no albergue e desviarmos das inúmeras bicicletas (lá, existem em número equivalente ao de besouros na capital federal neste momento), chegamos finalmente à famosa Red Light District. Logo de cara, constatamos que tal local é vítima de tantas calúnias e difamações como Dilma Ducheff e o seu mentor, o herói nacional Luís Inácio (pobrezinhos). Não tem nada de violento, nada de tráfico de drogas ilícitas na rua e, muito menos, só barangas nas vitrines. Muito pelo contrário, muuuuuiiiito pelo contrário. Modelos internacionais é o mínimo que posso dizer das moças.

Depois de aproximadamente 15 voltas no “circuito XXX”, o proibidão, de Amsterdam, cada uma delas justificada por 3 semanas de igrejas, museus e pontes nas demais cidades que visitamos, resolvemos assistir a um show de sexo ao vivo (sim, isso existe!!!) atendendo recomendação do primo de Zelig. Muito bem, mais 4 voltinhas para decidir em qual casa iríamos adentrar e, finalmente, escolhemos: Entramos no Casa Rosso.

A aparência era a de um teatro normal, capacidade para umas 100 pessoas, com alguns lugares no nível do palco e outros poucos numa espécie de mezanino. Como não sabíamos o que nos esperava, resolvemos começar assistindo ao show do andar de cima do teatro, mais longe do palco (“vai que voa alguma coisa em cima da gente!”, bradou sabiamente um de nossos amigos). O “show” era composto por cinco ou seis esquetes que se repetiam ininterruptamente, literalmente, nas palavras do proprietário do local quando por nós indagado sobre até quando duraria o show.

A impressão do show é que era algo muito coreografado e robotizado, o que parecia decepcionar a nós e ao público em geral. O único dos esquetes digno de nota (e que motivou esse post e serviu de pano de fundo para todo esse blá blá blá até agora) era de Vicky, a dançarina da Banana. Não exatamente pela sensualidade (Vicky perdia de dez a zero para as belas holandesas que se exibiam nas vitrines vizinhas), mas por sua dose de humor. Era basicamente assim, Vicky dançava, de biquíni e rebolando, com um chocalho em cada mão ao som de uma música que só tinha uma palavra: Banana ("Banana, paranpamparan, Banana, paranpamparan"). Depois, 3 voluntários eram chamados ao palco para comer (cada um dava uma mordida por vez) a banana que era colocada na parte mais íntima de Vicky. Lá pelo último pedaço da banana, um gorila entrava sorrateiramente no palco e enrabava, com uma banana acoplada à sua região mais íntima os voluntários, que a essa altura estavam de quatro, mordendo a banana na xoxota de Vicky. Gargalhadas, cortinas se fecham, ponto final.

Já havíamos visto duas vezes cada cena e Stanislaw Juvêncio, como de costume, estava irrequieto. Queria de qualquer forma que descêssemos para o andar de baixo do teatro ou então deveríamos ir embora. Tudo isso com a discrição de costume (em alto e bom som e, claro, em bom português). Pra quê? (lembrança do meu último post). Ao final do showzinho de nosso amigo, surge uma voz máscula como a de Ricky (não o Martin, sim o maior ídolo da história da equipe do Morumbi) na fileira atrás da nossa com a fatídica pergunta:

- Vocês são brasileiros? (Não burro! Somos croatas, mas falamos português fluentemente).

- Somos sim – respondemos, com medo de praticar a ironia acima e do que poderia nos acontecer naquela ocasião por termos nascido no país tropical.

- Ai... então (diz o senhor mexendo efusivamente as mãos) eu que fiz as coreografias do show. Vocês estão gostando?

- Claro – nos apressamos em dizer para acabar de uma vez com o diálogo constrangedor.

E assim foi. Qualquer papo que nosso amigo brasileiro quisesse puxar conosco era prontamente abafado, com receio de onde isso poderia chegar. Chegava a hora da cena de Vicky. O público já era pouco e além de um gordinho inglês (bêbado, com o perdão da redundância) ninguém mais aceitava ser um dos voluntários de Vicky. Eis que a estrela desceu do palco para ir atrás de vítimas. Nada. Nisso, o migucho brasileiro começa a gritar desesperadamente:

- Vickyyyyyy!!!!!!!!! Vickyyyyyy!!!!!!!!! Eles são brasileiros. Chama eles.

- Vai lá gente!! Vocês são muito frouxos. – Disse o coreógrafo para nós.

Era hora de ir embora...

Mais uma vez: Valeu Stanislaw!!

domingo, 10 de outubro de 2010

Gordinhas e fãs do cantor Daniel.



By Leonardo Zelig


Lá estava eu numa balada sertaneja experimentando novos ares, já que essa vida de baladas oitentistas, pubs e rockzinho não leva a nada, no máximo a um telefone ou um msn errado de uma gatinha revoltada. Pois bem, o ambiente escolhido foi a célebre Roda do Chopp, point de pessoas fissuradas em Henrick e Ruan ou Pedro Paulo e Mateus...

O ambiente amplo é composto pela pista de dança extensa, um palco e diversas mesas espalhadas. Um local notoriamente composto em massa pelo público feminino só poderia ser um ótimo contexto para colocar minhas cantadas e aproaches com vários perfis de mulheres em dia. Antes de entrar, dei uma calibrada providencial com Coca Cola Zero misturada com uma vodka que atende pelo nome de ROSKOFF (R$5,00!!!!)!!!!

Já dentro da balada, fui logo abordado por uma gordinha que papeava com meu amigo. Ela se apresentou e falou que estaria por ali com as amigas, abrindo o caminho para algo no futuro. Na pista de dança, fiz algumas tentativas em vão com uma ou duas moças solitárias que diziam estar sozinhas por opção e que queriam curtir a noite sertaneja sem homens...OK...

Devidamente embriagado, localizei a gordinha da entrada sentada numa mesa afastada e com cara de poucos amigos. Resolvi me aproximar:

-Maria!Lembra de mim??Da entrada??
-Ora, lembro sim!
-Você tá aí sentada com cara de poucos amigos...Quer uma companhia?
-Claro!Vamos dançar!!!!

Depois de dançar desastrosamente o passo “dois pra lá, dois pra cá” com Maria, exausto, convideia-a para sentarmos. Trocamos alguns beijos tórridos que foram pontuados por diálogos furados, miudezas da vida. Eis que percebi a incompatibilidade de assuntos. Como conciliar a “ficada mais demorada”quando não há nada que nos une a nao ser a boca??

Maria era uma garota que curtia sertanejo, tinha pôsteres do Daniel pregados na parede do quarto, era fã de contabilidade e falava espanhol fluentemente. Eu, por outro lado, não gosto de música sertaneja, atiro dardos e toco fogo em pôsteres do Daniel, odeio contabilidade e falo portunhol fluentemente. Com perfis tão díspares, vivenciei algo, até então, inédito em minha carreira amorosa: silêncios contrangedores durante uma ficada.

-Você curte mesmo o cantor Daniel? – Perguntei discrente.
-Curto...
(pausa)
-Por que? – Insisto.
-Ah! Não sei...Ele é muito bom...
(longa pausa)
(Pausa)
Beijo ela...
(Pausa)

Depois de beija-la e abraça-la bastante para suprir a falta de interesse mútuo um na vida do outro, resolvi me despedir dela. Em tom de chacota, fui recebido por meus amigos que não compreendiam o porquê de gastar tanto tempo ficando com uma garota roliça naquele lugar. Não me importava, a experiência de ter ficado com um perfil de mulher totalmente diferente do que estou acostumado me fez refletir: estamos nessa vida para ´aproveitar´. Além do mais, essas moças gordinhas fãs de Daniel precisam uma hora ou outra parar de beijar o cartaz do cantor pregado na parede do quarto e beijar a boca de caras reais.