sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Co-Piloto

Por Conrado Malaquias
Uma noite na balada guarda várias semelhanças com a rotina de uma selva (nunca morei em uma selva, mas já assisti Discovery Channel): temos os olhares pré-ataque, as danças à procura de acasalamento, a caça em si, e enfim, fêmeas que não desgrudam de seus respectivos bandos. O que nos traz à razão de ser deste post.
O macho mais retraído ou que não está em estado etílico avançado pode se sentir intimidado ou mesmo desencorajado para abordar grupos numerosos (vide Homem ao Mar). E é nessa hora que tem de entrar em cena o WINGMAN, ou como este blog irá abrasileirar, o CO-PILOTO.
A importância do CO-PILOTO, como pude constatar nas minhas observações pelas baladas, é muitas vezes sub-valorizada. Os caras chegam sem ter objetivos traçados, um cortando o outro, nenhuma tática para neutralizar a WINGWOMAN (no caso delas, geralmente é a mulher menos atraente ou mais de mal com a vida do grupo que impede a felicidade alheia) e o resultado geralmente é um só: COCKBLOCKING, ou seja, piloto e co-piloto acabam se atrapalhando e ninguém pega ninguém.
Para evitar tais problemas, existem alguns mandamentos desse fascinante sistema que todos nós homens deveríamos saber. O primeiro e mais importante é que o cara que se presta a ser CO-PILOTO está se auto-sacrificando momentaneamente. Seu objetivo principal será ajudar seu amigo, o PILOTO, a completar sua missão, entretendo o grupo de amigas chatas e não-atraentes, enquanto ele se concentra em seu alvo principal. Faça isso por ele e na próxima ele fará por você. E se quem sabe, o grupo tiver mais de um alvo interessante, o CO-PILOTO, após ajudar seu companheiro, poderá se dedicar integralmente a este alvo.
Outra coisa importante é a boa química entre PILOTO e CO-PILOTO. Essa química é essencial para que sejam traçadas estratégias eficazes, como definição de alvos e tipo de abordagem (serão estrangeiros? Piratas? Alguma profissão exótica?) e para que após o approach seja feita uma avaliação de desempenho com as devidas críticas.
Eu e Leonardo Zelig, que tem sido meu co-piloto mais regular, recentemente temos nos organizado para estudar a complexa arte da CO-PILOTAGEM, suas ramificações e pormenores. Certamente no futuro próximo haverão mais posts nesse blog com nossas conclusões sobre o assunto. Mais por ora, o importante é lembrar: não seja egoísta, faça um bom trabalho por seu piloto hoje que ele fará por você amanhã.
Fontes e leituras complementares:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

IT’S THE TCHAN!


By Leonardo Zelig
(Edição: Conrado Malaquias)


Carnaval e Brasília são duas coisas que não combinam.Ruas vazias, estabelecimentos fechados e pessoas mortas são muito característicos da época na capital.Pois bem, após um inicio de noite promissor com meus amigos em um bar em Brasília que simula as condições da Lapa, veja bem – simula - fomos convidados a nos retirar do estabelecimento lá pelas 23 horas, pois o bar seria dedetizado...
...
Fomos às compras! Schin Laranja(não tinha Fanta) e Smirnoff...O destino final seria o show do “É o tchan”que estaria ocorrendo na Esplanada dos Ministérios!

Já devidamente calibrados, eu e Conrado Malaquias deixamos Denilson Mclovin com nossos outros amigos e saímos a procura das vítimas. Era um mar de gente!Mulheres de todos os tipos, raças e credos...Nunca vi tanta variedade! Um verdadeiro estudo antropológico sobre o povo brasileiro.
Após rodarmos por um longo tempo, avistamos um grupo de mulheres de seus 20 e poucos anos dançando de forma provocativa e se divertindo. Eram as garotas certas!
Foi então que decidimos utilizar o tradicional, porém infame, approach do estrangeiro que aborda brasileiras querendo tirar foto:

- Hi.We’re from Canada and my friend would like to take a picture with you!
Empunhei meu celular e dei um sorriso humilde...
Elas estavam hesitantes, mas acabaram cedendo:
- OK. He can take a picture with us…
Conrado Malaquias abraça o grupo enquanto eu faço o enquadramento perfeito...CLICK………FLASH…………
- Thank you, girls! – respondo eu empolgado.
- Where are you from? – Pergunta uma delas intrigada.
- We are canadians...from Québec!
- Are you sure? – Percebendo que havia alguma coisa “diferente” com aqueles canadenses.

Elas voltaram a dançar. Não podia ficar só na foto...Tínhamos que aproveitar o momento! Conrado Malaquias se dirige a moça de ares intelectual:
-Hi, we just took a picture and we don’t even know your names…
A intelectual, reticente, acaba puxando duas outras amigas para lidarem com os dois bêbados “canadenses”:
-What’s your name? – Pergunta a amiga paulista
-I’m Terrence, and this is Phillip - respondo eu com convicção e apontando para Conrado Malaquias numa clara homenagem a personagens do distinto desenho South Park.
-Really?! So what are you doing here in Brasilia?
-We are staying at a friend’s house. We just came from Salvatore…Salvador, that’s right!- responde Malaquias demonstrando estrategicamente desconhecer como se fala Salvador.
- How lovely! You are joking with us, right? – Indaga a paulista ironicamente.
- Why? Why would we be joking? –Perguntamos espantados.
- Because I am an english teacher and your english suck! – Fala a paulista com ares de arrogância e vira seu corpo demonstrando ser a rainha da Inglaterra.
Entra no papo uma amiga pequena e simpática que tenta contornar a situação paulistana desnecessária.
- Sorry, guys. My friend has a little attitude problem...
- Definitely. How arrogant. Didn’t like her at all… - Digo eu um pouco emputecido.
-Yeah! I know! We gotta work on that…
- Are all brazilian women like that? – pergunto eu estarrecido.
- No! Just people from Sao Paulo and Brasilia.
- Are you from Brasilia? – Perguntamos.
- No! I’m not!
- So, that’s why you are chatting with us!
- Yeah! auhauhuahuhahua – She laughs!!!

Ficamos um bom tempo dialogando naquela conversa fiada em inglês e eventualmente ela acabou tendo que ir embora. No fundo ela sabia que éramos dois bon vivants, brasileiros mesmo, querendo curtir a noite. E se divertiu também...

Conclusão

A tática do estrangeiro é muito polêmica! Dependendo da qualidade do inglês e da atuação, pode ser uma escolha arriscada de estratégia de abordagem, mas acho que cumprimos bem nosso papel. Interessante notar, que num grupo há sempre a mulher simpática de bem com a vida, a que tem receio em falar com bebados e aquela que é a vaca do grupo e tenta cagoetar (o famoso COCKBLOCK) o sexo oposto. A paulista não captou a essência da brincadeira e se levou muito a sério...She was killed later in the evening...just kidding...I KIDD!!!
Para finalizar o post, dedico este trecho da música do poeta Cumpadi Washington para a Paulista que nos distratou diante da arquitetura magistral de Niemeyer em pleno canadian carnival...ORDINÁRIA!!!!!!!!!!!!

DISQUE TCHAN!
Pega no compasso
No passo dessa menina
Sei que é seu dom
Sei que é sua sina...
Ô, pega o gringo
Leva o gringo
Põe o gringo
Segura o gringo, bota o gringo pra sambar
Vem sambar aqui no Tchan,
Vem sambar
Vem sambar que é bom
Vem sambar aqui no Tchan

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Noite Caribenha - Versão Alternativa

Por Conrado Malaquias

Na verdade, versão alternativa em termos. Apesar da história relatada pelo companheiro Zelig ser bastante interessante, ela apresenta características de ficção em diversos momentos. Vejam bem, o estado etílico do infeliz estava tão avançado que o impedia de acompanhar com atenção alguns dos importantes eventos ocorridos. Eis o que realmente aconteceu naquela noite.

Chegamos ao local e avistamos duas moçinhas perdidas por entre as filas. Uma morena bem bonitinha e uma com cabelo roxo e 20 piercings na cara, a tal fã do T.A.T.U. Como estávamos com nome na lista, as convidamos para se juntarem a nós.

O tempo na fila foi bem proveitoso. Conversamos legal com as meninas e a morena confirmou minhas primeiras impressões: era bem simpática e sorridente. Interessei. E ainda no meio da conversa ela nos confessa ser bissexual. Para mim, isso era good news! Ah...se eu soubesse...

Entramos no estabelecimento e eu e a morena continuamos a conversar. E olha só: consigo até dois selinhos dela...¬¬Grandes merda né? Após os selinhos a morena diz que tinha que ir procurar uma "amiga" e que depois nos encontraríamos. A essa altura, Leonardo Zelig, no alto de sua loucura, já estava espalhando suas habilidades dançarinas providenciadas pelo álcool por todo o estabelecimento. Nos perdemos várias vezes.
Eu e McLovin' então estávamos desbravando o local, ocasionalmente esbarrando no Zelig, que em determinado momento já havia encontrado para si uma vó (não estou julgando). De repente, encontramos nossas conhecidas da fila. A do cabelo roxo, estava como a conhecemos: parada e com cara de poucos amigos. Já a morena, atracada com sua "amiga", uma baixinha bem atraente. Voltando ao texto do nosso amigo Leonardo, eu e Denílson pensamos, o que fazer?
a) propor um menáge;
b)Ficar espantado;
c)Encarar com naturalidade;
d)dançar lambada.
É claaaaaaro que escolhemos a letra a), ao contrário do nosso companheiro, que no momento estava nowhere to be seem e fomos abordar as moças. Primeiro vou eu, e pergunto para a morena:
- Você lembra de mim? Aqueles selinhos e talz?
(baixinha atraente respondendo por ela)
- Já passou querido...
- Mas não rola mais nada? Você não era bi?
(baixinha atraente ainda respondendo por ela)
- Não, ela é lésbica mesmo. Olha.
E nesse momento, apesar do toco recém-recebido, fico muito feliz por presenciar a cena que estava se desenrolando diante dos meus olhos: duas belas jovens se beijando apaixonadamente bem pertinho de mim...so sexy, so smooth...e para completar o momento, a baixinha ainda me manda essa: "duvido que um de vocês consiga fazer ela gozar como eu faço". Sensacional...
E foi nesse momento que o sr. Denílson McLovin', todo saidinho, pega a baixinha pelo braço e manda outra pérola: "deixa eu tentar pelo menos".
A baixinha atraente, que até o momento era apenas uma mocinha sexy e dócil, responde:
- SAI FORA MERMÃO, HOMEM NENHUM VAI MANDAR EM MIM NÃO BELEZA?VAZA!
E foi isso que realmente aconteceu naquela noite, que na minha opinião, apesar do toco e de outras possíveis histórias que podem ser contadas, já valeu a pena pelo momento "I kissed a girl and I liked it".


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Só para lembrar a todos nossos leitores (tem algum?) que o Se Ferrando na Balada é um blog totalmente democrático e quem quiser compartilhar histórias sobre golddiggers, meninas que só queriam dançar e tocos humilhantes em geral, sejam eles engraçados ou mesmo tristes, é só mandar um e-mail para tocoblog@gmail.com
Sua história será lida, e se não for uma merda completa, teremos prazer em publicá-la!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Noite Caribenha

by Leonardo Zelig


Sábado animador na capital federal! Smirnoff com Fanta Laranja (combinação óbvia, pórem explosiva) under the moonlight, macaquices em quadras do sudoeste e gafs em supermercados da cidade...Eis que surge a possibilidade de irmos para uma boate caribenha aproveitar uma curtição bem latina. Listo!Vamos a bailar!

Ao chegar lá, duas filas consideráveis se desenham en la calle: uma para os “com nome na lista” e outra para a “ralé” – como tudo aqui em Brasilia - Éramos três jovens afoitos pelo xaveco e pela diversão “sadia"...Nada iria nos deter!Remotamente...

Em meio ao povo avistamos duas garotas de seus 20 poucos anos, uma de cabelo vermelho longo e outra de cabelo curtinho preto, corpinho legal, uma delicada e sorridente e outra nem tanto. Abordo a morena sorridente:

-Oye como va!
-Oi...Tudo bem?
-Vocês estão na fila?
-Sim...Essa é a fila da ralé. E aquela ali daqueles que tem nome na lista...
-Então junte-se a nós ali na fila “vip”, nosso amigo está guardando nosso lugar lá. A gente interage, faz um “get together”...
-OK.

As duas garotas devidamente apresentadas ao nosso outro amigo, Denilson Mclovin, começam a dialogar de forma casual e até agradável( bem, a de cabelo vermelho nem tanto). Eu começo a conversar com a garota sorridente:

-Vocês sabem dançar salsa?
-Nem sabemos...E vocês?
-Tentamos.
-Qual o signo de vocês? – Pergunta ela interessada.
-O meu é Libra! – Respondo eu interessado.
-Eu sou peixe!
-Peixe dá certo com Libra...
-hihihihihihh

Opa, vibe positiva no ar!Entonces, tento puxar papo com a moça de cabelo vermelho ,que não estava muito feliz em estar ali, para integra-la ao grupo:

-E você?Tá tão séria!
-he...he...he
-O que você faz da vida?
-Eu canto numa banda de Rock...
-Poxa, legal!Você tem cara de curtir música mesmo, tem um visual estiloso bacana, deve gostar de boas bandas... Qual a sua banda predileta?
-T.AT.U. – Responde secamente a garota.

OOPS...Vibe negativa no ar...

Nesse momento, não consegui mais dar continuidade ao diálogo, já que nao compreendo muito gente que elege TATU como a banda predileta e éramos os próximos a entrar naquele estabelecimento caribenho de araque.
Ao entrarmos, as duas meninas encontram outro grupo de garotas, que já estavam lá dentro, e logo se dissipam, demonstrando claramente o jogo de interesses das duas em interagir apenas para entrar na boate mais rápido!Que mierda!Mujeres vampiresas...
Durante o PEA - planejamento estratégico de abordagem - de nosotros, a bonitinha-porém-ordinária-garota sorridente reaparece e aborda meu amigo Conrado Malaquias:

-Oi.Tudo bem com vocês?
-Tudo.
-Tá vendo aquela gatinha ali? – Diz ela apontando para uma garota jovem, baixa e bem atraente.
-Sim.
-Eu duvido que você consegue fazer ela gozar que nem eu...
WHAAAAAAAAAAATTTTTTTTTTTTTTTTTTT
A sorridente vai lá e PEI!!Beija a garotinha na nossa frente!
Ela nos avisou mais tarde que era Lésbica.”Score”!


O que devemos fazer numa situação como essa?Situação cada vez mais comum na sociedade, diga-se de passagem:
a) propor um menáge;
b)Ficar espantado;
c)Encarar com naturalidade;
d)dançar lambada.

Eu acabei escolhendo a opção c) mesmo e fui atrás de mulheres heterossexuais para fingir dançar salsa. Acabei conhecendo figuraças nessa noite!Dancei ao som de Buena Vista Social Club, demonstrei confiança e “equilibrio” ao abordar mulheres sóbrias e até fiquei com uma señora de seus trinta e poucos anos que gostou da minha bunda, digo rumba. No dia seguinte, acordei com ressaca de uma noite caliente e o gosto de uma boca que eu não beijei.

TATU 1 x EU 0.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Homem ao Mar

Por Conrado Malaquias

Essa é mais uma da série “Tocos em Búzios”. E só para lembrar, 99% das histórias que são (e serão) contadas aqui, aconteceram sobre a forte influência do álcool, pois, como vocês poderão concluir ao final, ninguém pode dizer coisas tão idiotas sóbrio.

Então a estória começa com este que vos escreve, Mclovin’ e mais três amigos aquecendo para a noite, a base de muita cerveja e vodka, na pousada onde estávamos hospedados. Como era nossa primeira noite na cidade, decidimos fazer um trabalho de reconhecimento para saber quais eram as baladas interessantes do local. E que melhor lugar para um trabalho de reconhecimento do que a convidativa Rua das Pedras com todos os seus encantos? Para quem já esteve no lugar sabe como pode ser difícil andar pelas pedras já sóbrio; agora imagine a quantidade de derrapadas que ocorreram com os cavalheiros alcoolizados!
Enfim, andamos, tropeçamos e pei: alvos avistados. Um grupo de 5,6 belas jovens paradas na rua conversando. Com a confiança despertada em mim pelo álcool, desbravei então o numeroso grupo sozinho. Um feito que provavelmente não teria acontecido estivesse eu etílico – free.
Apresento-me ao grupo como promoter de uma festa local e o interesse das meninas, que estavam em torno de seus 17, 18 anos, instantaneamente cresce (mais pra frente da conversa, quando confessei não ser um promoter realmente, uma das meninas disse: “ok, então tchau”. Golddigger detected!). Segundos depois McLovin’ chega para me ajudar na empreitada e logo já concentra seus esforços em um só alvo.
Sou obrigado então a continuar a tarefa de entreter o resto das moças, completas estranhas até então, incluindo uma americana. Heroicamente, estava até indo bem. Conversávamos em inglês para a americana não se sentir excluída, mas meu inglês é pretty good, então esse não foi o problema. O problema é que já estávamos conversando há um bom tempo, e o assunto estava acabando. Isso tudo sem contar a pressão das amigas menos carismáticas que ficaram de fora do assunto e faziam aquela cara estilo “vamo embora?”
Então, no alto da minha embriaguez e sentindo toda a pressão no ar de manter o numeroso grupo interessado, resolvo que tenho que ser mais engraçado, mais divertido e dou aquela que, não sabia até o momento, seria minha cartada final.
Uma das belas moças fala pra mim: “Olha, você é uma gracinha, mas deveria tirar esse brinco. É meio over.” Não sei como vocês agem quando bêbados, mas eu seleciono certas palavras e as valorizo conforme meu interesse. Adivinha qual das palavras da frase da moça foi a escolhida? Pensei comigo então “Gracinha? Nossa, o jogo ta ganho, é só manter a simpatia, não falar nenhuma merda, que essa eu já peguei”.
Eis minha resposta:
- Eu sou um pirata e é uma tradição de família os homens usarem brincos.
- ......ok. A gente tem que ir.
O grupo então, a altas risadas, some dos nossos olhos, incluindo a amiga que estava no 1 a 1 com o nosso amigo Denílson aquele tempo todo, pois claro, ela não ficaria sozinha sem as amigas com um pirata e seu amigo...
Sorry McLovin...my bad.